quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O COMBOIO IV - LINHA DO MINHO I

6.26.4 – O Comboio  IV - Linha do Minho I - Inauguração da linha do Minho, Acidente de 11/10/1878 Estações de Campanhã à Trofa, Ponte Pênsil da Trofa, Ponte Seca de Durrães


Estação de Campanhã - desenho de Martins da Costa fotografado por Emílio Biel


In Portugal Antigo e Moderno - 1877


Estação de Contumil - 1970


Contumil  - 1970


1984



Leixões


Estação de CP em Matosinhos junto do Padrão - 1965

Esta linha tinha o seu início em Contumil, passava pela Senhora da Hora e terminava mesmo na praia de Matosinhos, junto ao Senhor do Padrão e da refinaria de açúcar "Angola", que se vê à direita...


...sucedendo à linha que ligava as pedreiras de São Gens ao porto de Leixões. Este ramal foi aberto à exploração em 1893 e encerrado em 1965, com o argumento de que o seu traçado urbano causava grandes transtornos ao trânsito automóvel.


Estação de Ermezinde


Posto de controlo de Ermezinde


Camilo tomara o comboio n.º 4, descendente, em Vila Nova de Famalicão, com destino ao Porto. O comboio em que viajava descarrilou entre as estações de São Romão e Ermesinde. Eram 4 horas e 50 minutos do dia 11/10/1878. Camilo ficou ferido na cabeça e na perna direita. Ele, para sair da situação crítica em que se encontrava e quando a asfixia era quase completa, rompeu a portinhola que lhe servia de tecto e conseguiu desta forma libertar-se. «Estou sofrendo mais dos nervos que das feridas…» - exclamou.

Ermesinde no tempo - 1

II

III
https://www.youtube.com/watch?v=N-WvxLcKPYU


Estação antiga de Famalicão


Mais recente


Estação antiga da Trofa


No Século XXI, procurou-se desviar o traçado da Linha do Minho na zona da Trofa, de forma a que este deixasse de circular pelo centro daquela cidade, o que causava diversos problemas de segurança; uma vez que o troço a encerrar incluía a estação da Trofa, foi necessário construir uma nova interface. Por outro lado, a antiga estação já se encontrava, desde há alguns anos, num avançado estado de degradação.
A antiga estação da Trofa foi encerrada a 14 de Agosto de 2010, passando todos os serviços a serem realizados na nova estação, que foi inaugurada no dia seguinte.


In O Tripeiro, Série VI, Ano VI


Desenho de Pinho Leal – In O Tripeiro Série VI, Ano VI




Azulejos representando a Ponte Pênsil da Trofa existentes na estação da CP da Trofa

Embora não se tratando de uma ponte ferroviária e porque estamos na Trofa, entendemos que deveríamos referir a Ponte Pênsil da Barca da Trofa, monumento raro e importante que não deve ser esquecido: 

“A Ponte Pênsil da Barca da Trofa era uma estrutura, entretanto demolida em 1935, que ligava Ribeirão (Vila Nova de Famalicão) e São Martinho do Bougado (Trofa), assegurando a travessia do rio Ave. Inaugurada em 1858, veio substituir uma barca outrora existente a montante, conhecida por barca da trofa. A sua construção, da responsabilidade da Companhia de Viação do Minho, é obra dos engenheiros Belchior Sousa Garcez e Sebastião Lopes Calheiros. Estava suspensa sobre o rio por cordões aramados presos e cabos de suspensão, que tinham nos seus extremos dois enormes pegões de granito e as casas dos portageiros. Foi demolida, por não reunir as condições de segurança e por ser demasiado exígua, sendo que no seu lugar viria a ser construída a atual ponte de cimento armado, melhor preparada para o tráfego intenso”. In site de Famalicão


Devemos corrigir o nome da empresa construtora desta ponte que foi, tal como o plano acima, foi a Empresa de Viação Portuense.
Também as datas da demolição não conferem, pois O Tripeiro afirma ter sido em 1926.


"A pequenina"  no museu Ferroviário de Lousado

Visita ao Museu Ferroviário de Lousado - vídeo

Estação de Nine – notar a carruagem de 2 andares.



Ponte Seca em Durrães - Barcelos

"Referindo-se às infraestruturas ferroviárias construídas ao longo de toda a Linha do Minho, Teotónio da Fonseca chamou-lhe "a obra (...) mais alta e elegante de toda a linha," De facto, a Ponte Seca, ou Viaduto de Durrães, como também é conhecida, surge, 130 anos depois como uma das mais emblemáticas construções projetadas, pela antiga Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses. Extraordinariamente grande, a ponte que serviu de "guarda" a D. Manuel II durante o almoço oferecido pelo conselheiro Novais Leite, em 1908, tem 22 metros de altura e 255 metros de comprimento. Os 16 arcos de volta redonda em cantaria, todos iguais, atingem, cada um, oito metros e meio de vão. Imitando algumas das técnicas romanas na construção de pontes deste género, os arcos estão assentes em sólidos pilares do mesmo género de cantaria".  



O dia em que o comboio real parou na ponte Seca em Durrães – Barcelos – 16/11/1908
http://www.ocomboio.net/press/jb/jb-almoco-durraes.pdf

3 comentários:

  1. Olá
    Tantas histórias...
    Obrigado pela partilha
    Cumprs
    Augusto

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  2. Boa tarde, amigo Rui Cunha!
    Mais uma vez venho proceder a um esclarecimento:
    A zona litoral de Matosinhos foi servida (e ainda o é, em parte) por duas linhas ferroviárias:
    1º - Linha de Cintura, ou Ramal de Leixões (via larga), ainda existente e, segundo suponho, com algumas circulações de passageiros por dia. Inicia-se na estação de Contumil e termina na estação de Leixões, dentro da doca. A sua principal função é de circulação de mercadorias.
    2º - Linha de Matosinhos (via reduzida, métrica) - Desaparecida, com o traçado em parte ocupado hoje pelo "Metro". Iniciava-se na estação da Senhora-da-Hora. Descia, suponho, a actual Avenida Vilagarcia de Arosa e terminava na praia de Matosinhos, numa pequena estação junto ao Senhor do Padrão.
    Ainda me lembro da passagem-de-nível na Rua de Brito Capelo.
    Esta linha foi assente para transporte de pedra das pedreiras de S. Gens para as obras do porto de Leixões, e, terminadas estas, a pedido da população de Matosinhos, foi deixada assente, pois constituía mais um meio de transporte directo ao centro do Porto, uma vez que a partir da Senhora-da-Hora seguia, em comum com as linhas da Póvoa e de Guimarães, para a Boavista / Avenida de França e para a Trindade.
    Tive a felicidade de ainda, no mesmo dia, ter viajado pelas duas, em criança: fui de Campanhã a Leixões pela Cintura e regressei pela linha de Matosinhos.
    Viajando pelo "Metro" ainda podemos reviver um pouco esses tempos mágicos!

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  3. Mais uma vez muito obrigado pelos seus esclarecimentos. Quanto à linha do ramal de Leixões já nos referimos quando tratámos da construção do porto de Leixões, no lançamento 6.3.9 - Matosinhos, Leixões, Leça da Palmeira - I, de 28/2/2016. Recordo-me bem da estação de S. Gemil que ficava mesmo ao lado de uma empresa de moagem de meu avô, onde descarregava trigo o outras mercadorias.

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