terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

O AUTOMÓVEL V

6.26.9.6 - O automóvel V - Automobilismo no Estádio do Lima, Circuito da Boavista, Construção do túnel da Ribeira, Visita de Isabel II ao Porto



Simca - 1934

"A SIMCA (Société Industrielle de Méchanique et Carrosserie Automobile) foi fundada por Henri-Théodore Pigozzi em Nanterre, em França, em Novembro de 1934. O objectivo da empresa era produzir automóveis Fiat para o mercado francês- Em 1951 a Simca avançou o seu primeiro automóvel independente da Fiat, mas em 1967 a Simca viu a Chrysler a aumentar firmemente a sua participação na empresa para mais de 90% em 1970. O nome da empresa foi alterado para Chrysler France e a marca Simca foi posta de parte. Quando a Peugeot-Citroën comprou os negócios da Chrysler na Europa, a marca Simca foi revitalizada durante algum tempo, como Simca-Talbot, mas em breve a Simca acabou por encerrar definitivamente.
SIMCA (Société industrielle de Méchanique et Carrosserie Automobile)". In Autoviva


Simca 8 - 1951


Corridas de automóveis no Estádio do Lima – Anos 50


Rali do Porto – 1951 – no Estádio do Lima


Também assistimos a corridas de "midgets", uns pequenos carros em corridas espectaculares.



Circuito de 1950 e anos seguintes

Sobre o desporto automóvel no Porto poderão ler uma larga reportagem nos lançamentos de 20/1 e 24/1 de 2014. Porém damos abaixo alguns momentos históricos.


Stagnolli e Castellotti em Ferrari, no II Grande Prémio de Portugal – 1952 – vencedor Castellotti.


Casimiro de Oliveira foi o 2º. Classificado, também em Ferrari

II Grande Prémio de Portugal - 1952 


Grande Prémio do Porto – 1958


Simca sport pilotado por Francisco Bento Borges – rally das Antas - 1955


António Fragoso Correia Leite – Fiat especial – Rally das Antas - 1957


Os prédios ao fundo da Rua do Infante D. Henrique foram demolidos para a abertura do túnel da Ribeira.


Túnel da Ribeira – início da construção do lado poente – 1947


Início dos trabalhos no lado nascente - vêm-se as colunas de apoio da ponte D. Maria II e a Capela da Lada.


Construção do túnel da Ribeira – obras de abertura em 1947 – foi o primeiro túnel rodoviário de Portugal.


Em 7 de Agosto de 1947 parte da Capela do Ferro abateu provocado pelas obras do túnel da Ribeira.


Desde que se construiu este túnel os portuenses ganharam o hábito de buzinar fortemente dentro dele. E este hábito tornou-se um vício. Terrível vício pois, dada a amplificação do som, era ensurdecedor passar sem uma terrível dor de cabeça. Nesses anos ainda não havia o ar condicionado pelo que os automobilistas viajavam com as janelas abertas... Bom, eu também buzinei muitas vezes! Entretanto o vício passou e hoje tem que se passar com as janelas fechadas por causa da poluição dos escapes. 


Porto Photography


O painel da Ribeira Negra é um enorme mural de azulejos, que celebra a vida no distrito da Ribeira do Porto. Foi criado em 1987 pelo pintor português Júlio Resende tendo os azulejos sido pintados à mão.


Inaugurado em 28/5/1956

“O TÚNEL DA RIBEIRA - O primeiro túnel rodoviário que se fez em Portugal
O túnel da Ribeira vai entrar em obras de manutenção. Durante algum tempo vai estar desativado, isto é, fora de serviço ou a funcionar apenas parcialmente. Por sugestão da colega Carla Sofia Luz, que há tempos se ocupou destas obras, aqui nas páginas do JN, pareceu-me oportuno falar um pouco, nesta crónica, não apenas da história do túnel, mas também, e sobretudo, da zona da cidade que o envolve e que é, por sinal, uma das mais antigas e das mais interessantes.
Em 1940, a Direção Hidráulica do Douro era a entidade que superintendia sobre a zona ribeirinha do rio Douro. Nesse mesmo ano, a Hidráulica, como era geralmente conhecido aquele organismo, por incumbência do eng.° Duarte Pacheco, então ministro das Obras Públicas, pediu ao eng.° Bernardo Ferrão que elaborasse um anteprojeto para o prolongamento da estrada marginal, na margem direita do rio Douro, entre a ponte de Luís I e a Foz.
O trabalho foi feito. Previa, na zona da Ribeira, a passagem da estrada à cota das atuais ruas de Cima do Muro, do Muro dos Bacalhoeiros e da Praça da Ribeira, sobre uma monumental arcaria de granito.
O projeto acabou por não ser concretiza­do. E, em vez dele, surgiu a ideia do túnel. Este foi o primeiro túnel rodoviário que se construiu em Portugal. Em agosto de 1945, uma notícia publicada aqui no JN di­zia o seguinte: "prosseguem os trabalhos da marginal. O túnel da Ribeira vai adian­tado e até ao fim do ano espera-se que a es­trada chegue ao esteiro de Campanhã". Parece que não aconteceu como previs­to. É que, quatro anos depois daquela no­tícia (junho de 1949), outra apareceu, também nas colunas do JN, mas esta bas­tante alarmante. Dizia isto: "por causa das obras do túnel deu-se um grave aluimento de terras na escarpa, pondo em perigo a integridade do edifício do Seminário Maior". Bom, parece que o perigo acabou por ser debelado e o túnel lá foi inaugurado, pelo então presidente da República, general Craveiro Lopes, no dia 28 de maio de 1956. Exatamente 30 anos depois da revolução de 28 de maio de 1926 que implantou o re­gime ditatorial do Estado Novo em Portu­gal.
E agora a zona envolvente. Sabe-se da importância que o rio Douro sempre teve na vida da cidade. Foi através dele que se desenvolveu a maior parte da atividade mercantil que tornou próspero o velho burgo portucalense. Não admira, portan­to, que, ao longo dos tempos, as autorida­des responsáveis pela administração da ci­dade tenham tido a preocupação de tratar de forma especial os aspetos urbanísticos daquela zona, tendo em conta "os benefí­cios do comércio e a segurança dos na­vios".
Foi, pois, dentro deste espírito empreen­dedor que, o extenso cais, na margem di­reita do rio, em frente à Ribeira, que se prolonga dos Guindais até Massarelos, foi objeto de importantes obras de melhora­mento, durante todo o século XVIII. O túnel liga a marginal dos Guindais com a Rua do Infante D. Henrique que, desde a sua abertura (1395), no tempo de D. João I, teve várias denominações: Rua Formo­sa, Rua Nova, Rua Nova de S. Nicolau, Rua Nova dos Ingleses, Rua dos Ingleses e Rua do Infante D. Henrique. Quando lhe puse­ram o nome de Rua Nova, já havia na cida­de uma artéria com aquela designação que teve de mudar de nome. Passou a chamar-se Rua Escura.
O nome de Rua dos Ingleses prevaleceu até 1890, até ao Ultimatum inglês. A par­tir desta data, a artéria passou a ter o nome do Infante que, segundo antiga tradição, terá nascido ali muito perto.
A esta rua convergiam duas importantes artérias do Porto antigo: a Rua da Alfânde­ga Velha ("rua que desce da Rua Nova para o cais e casa do Almazém) que é a nossa co­nhecida Rua da Alfândega; e a Rua de São João que começou por se chamar Rua Nova de São João.
Entretanto, outras desapareceram e al­gumas com nomes bem curiosos, como: Vale das Pegas, Calca Frades, Congostas, Oliveiras, Ourivesaria, Forno Velho, Ros­sio d'El Rei, e tantos outros. A abertura da Rua de São João (1756) fa­zia parte de um plano de trabalho que es­tava incluído no grande projeto urbanís­tico de João de Almada e Melo e que visa­va a transformação completa de toda a ma­lha urbana medieval junto ao rio. Com a concretização deste plano, a zona ribeiri­nha passava a ficar ligada, de uma forma cómoda, rápida e eficaz, com a parte alta da cidade que começava, também ela, a desenvolver-se com a criação de novas áreas residenciais da parte de fora da mu­ralha fernandina. Assim, quem saísse da Praça da Ribeira passava a ter acesso fácil, por exemplo, à Rua do Almada, através do Largo de São Domingos”.
Texto de Germano Silva - J N. 30-06-2013.


Em 22/2/1957 o Porto recebeu a visita da Rainha Isabel e Inglaterra e seu marido. Preferiram seguir em carro aberto pelo que os bombeiros puseram um camião à sua disposição. 


Cadillac que transportou a rainha Isabel II ao Palácio da Bolsa


Leitaria da Quinta do Paço – 1960

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