terça-feira, 10 de janeiro de 2017

O ELÉCTRICO - III

6.26.7 - O Eléctrico III - Eléctrico na Praça D. Pedro e da Liberdade, Sub-Estação do Castelo do Queijo, Colocação e reparação das linhas na Praça da Liberdade


Avenida da Boavista, perto de Belos Ares


Sub-estação de abastecimento da rede de tracção eléctrica – ficava no Castelo do Queijo


“No Porto, entre o Castelo do Queijo e o Parque da Cidade encontra-se um grande edifício em ruína que não passa despercebido a quem ali passa. As suas particulares caraterísticas arquitetónicas fazem com que a sua imagem fique facilmente guardada na memória dos transeuntes: sem cobertura, destacam-se ainda grande parte das paredes exteriores e fragmentos das caixilharias que nos permitem ter noção do aspeto que outrora o edifício teria.
A licença para a sua construção data de 1904 e contém a assinatura do arquiteto Marques da Silva que aprovou o projeto apresentado pela Companhia Carris de Ferro do Porto para ali levantar uma sub-estação de abastecimento da rede de tração elétrica que então se expandia pela cidade.
Nesta altura os modos de vida da população do Porto modificavam-se progressivamente: o centro da cidade deslocara-se da beira-rio para a actual Baixa e cada vez mais pessoas procuravam viver nos aldeamentos da periferia, optando pela separação entre os locais de habitação e trabalho. Esta revolução urbana foi acompanhada pela expansão da rede de elétricos que durante a primeira metade do século XX foi o principal transporte urbano do Porto e periferia. Os elétricos circulavam através da energia produzida na central térmo-elétrica de Massarelos – hoje adaptada ao Museu do Carro Elétrico – e de outras subestações, como a subestação n.º 1 do Castelo do Queijo.
Em 1911 a subestação foi ampliada, tendo-se-lhe acrescentado um corpo de maior área a norte e assim permaneceu durante o seu período de vida útil. A partir de meados do século XX os elétricos começaram a tornar-se incompatíveis com o crescente tráfego automóvel e em 1974 a sub-estação foi desativada…


…Na década de 90 este edifício albergou ainda o colégio Luso-Internacional do Porto, como o comprovam as siglas CLIP na fachada principal. Após o encerramento destas instalações do colégio a sub-estação n.º 1 do Castelo do Queijo tem-se vindo a degradar até ao estado em que hoje se encontra”. In PPorto dos Museus
Já lá vão quase 40 anos e o triste destino deste edifício continua por definir. Já se pensou fazer a Kasa da Praia, mas o projecto não foi aprovado. Qual será o futuro destas ruínas?


“O edifício do serviço de Transportes Colectivos do Porto (STCP) que serviu, ate 1974, como subestação de electricidade abastecedora de carros eléctricos, vai ser recuperado para albergar o Futuro CLIP Colégio Luso Internacional do Porto O velho e degradado edifício do STCP fica na Esplanada Rio de Janeiro junto ao Castelo do Queijo) e foi emprestado há dias á Fundação Luso-Internacional, a entidade responsável pela Escola Internacional do Norte. No protocolo que consignou o empréstimo ficou assente que o imóvel deverá ser libertado pela Escola mediante pré-aviso feito com um ano de antecedência relativamente ao início da concretização do projecto para a zona envolvente do futuro parque da cidade, dado que o projecto para a zona envolvente do futuro parque ainda não começou a ser elaborado, e também dado que não está ainda prevista qualquer data para que tal começo aconteça - o que dependerá da conclusão do projecto do parque (bastante atrasada) - prevê-se que a ocupação do edifício do STCP pela Escola ocorrerá durante vários anos. O estado de conservação em que se encontram as futuras instalações da Escola Internacional do Norte retrata-se, de forma sintética, assim: fachadas e interiores em profunda decadência, designadamente a placa (em madeira destruída), as portas e a caixilharia (arrombadas), os vidros, louças de cozinha e sanitários (tudo quebrado)”. In O Comércio do Porto – 23/8/1988


Recentemente, e após muitas vicissitudes e atrasos na sua concretização, neste local abriu uma discoteca e bar chamada Kasa da Praia.
O projecto de renovação do espaço é da autoria do arquitecto Filipe Oliveira Dias.



Photo Guedes - O quiosque de Sebastião Vieira de Magalhães, conhecido como o "Correligionário", aquando da sua remoção da praça da Liberdade mereceu um poema no "Pirolito" n.º 9 de 21 de Março, com alusão às estátuas da Menina Nua e do rei D. Pedro IV:

"Havia um tempo já, que a praça era catita, 
E frequentava a mesma, uma rapariguita, 
De risonho perfil, mágico e expressivo, 
Elegante e roliça, olhar esperto e vivo, 
Vestida de mãe Eva, de frio a tiritar. 
Mas uma vez D. Pedro, fitou-a ao passar: 
"diz-me cá, que é isso?... Andas nua, safada?..." 
"É a moda futura", responde a descarada. 
"Ah, sim, bem sei, adiante. Tens ar fino e matreiro, 
Não sabes do quiosque, meu velho companheiro?…"


“Juventude” de Henrique Moreira - 1929 


Praça D. Pedro – ainda se vê a bandeira monárquica sobre a câmara – 1910


Praça D. Pedro e Rua dos Clérigos -1910 - Durante muitos anos as linhas dos eléctricos do Porto  começavam e acabavam quase todas na Praça D. Pedro, depois da Liberdade. Supomos que a única excepção era a linha 1 que começava na Praça do Infante D. Henrique e terminava em Leixões.


Foto histórica do lado Nascente da Praça D. Pedro em 1910 – vêem-se o botequim do Camanho, o atelier Old England, Duarte & Raimundo, Cervejaria Porto Club e a Tabacaria Arnaldo Soares – esta tabacaria editava muitos postais com fotos do Porto e de que temos mostrado alguns.


Praça da Liberdade – 1913 – ainda existia a C.M.Porto e o Hotel Frankfort – a estátua de D. Pedro estava defendida por uma grade.


Eléctrico descarrilado à entrada da Praça D. Pedro – em cima à esquerda, vê-se a clarabóia do prédio que foi demolido e onde depois se fez o prédio Nacional – um interessante instantâneo da vida da cidade pela variedade de vestimentas e profissões em tão poucos figurantes.


O "Pasmatório dos Loios" no Passeio das Cardosas - 1920 


Reparação e colocação dos carris e da linha  aérea do eléctrico na Praça da Liberdade – Foto Alvão



Praças da Liberdade e de Almeida Garrett – colocando novas linhas - a Avenida dos Aliados está só meio construída e a C. M. P. está, neste tempo, no Paço Episcopal.


Eléctrico 274 na Praça da Liberdade - 1930

"Um dos 10 "belgas" construídos pelos "Atelliers de Construction Familleureux", na Bélgica, em 1928. Aqui ainda com o n.º original (274). Hoje em dia tem o n.º 284. Este foi o último eléctrico, da linha 1, a deixar Matosinhos no dia 11 de Setembro de 1993" – comentário de Pedro Rocha em Porto Desaparecido.


No Carnaval de 1954 desfilou um “eléctrico” como exigência dos moradores do Padrão da Légua para que o eléctrico fosse até lá. Nada conseguiram.


Eléctrico estacionado no lado poente da Praça da Liberdade junto da Cervejaria Sá Reis e das pastelarias Ateneia e Arcádia (tapadas) – 1975


Na Praça da Liberdade com publicidade da Pasta Medicinal Couto e Casa Forte – eléctrico construído no Porto em 1936/37.


Era muito raro ver este “Belga” na Praça da Liberdade – 1965

Desfile de eléctricos - 2014


Esquina da Rua do Almada com a actual Artur de Magalhães Basto.

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